Em todo o mundo, é unânime a ideia de que os clubes vão sofrer prejuízos financeiros por causa da pandemia do novo coronavírus. Alguns como o Bahia, por exemplo, já têm sentido na pele as dificuldades econômicas dos quase quatro meses sem disputar uma partida.
Por conta da paralisação do calendário, o tricolor viu sua arrecadação cair de forma drástica e convive com a falta ou redução de pagamento do que teria que receber em alguns contratos.
Porém, enquanto a maioria das equipes vive na corda bamba para equilibrar as finanças, outras seguem na contramão e usam o momento sem jogos para reforçar os seus elencos.
Entre os 20 clubes que disputarão a Série A do Brasileirão, nove anunciaram novas contratações durante a pandemia. Athletico Paranaense e Atlético Mineiro foram de longe os times que mais contrataram no período.
O Furacão vive momento diferente dos outros clubes brasileiros. Com dinheiro em caixa após conquistas de títulos importantes nas duas temporadas passadas – Copa Sul-Americana 2018 e Copa do Brasil 2019 – e as vendas de jogadores como Léo Pereira e Bruno Guimarães, a equipe ganhou um fôlego no caixa ao negociar o zagueiro Robson Bambu com o Nice, da França, por oito milhões de euros (cerca de R$ 47 milhões).
Mesmo assim, o rubro-negro paranaense seguiu o padrão de tentar descobrir joias e recuperar atletas. A única exceção foi o zagueiro colombiano Felipe Aguilar, por quem a equipe desembolsou R$ 10 milhões. Além dele, outros seis foram incorporados: o zagueiros Edu, os meias José Aldo e Jaime Alvarado, além dos atacantes Walter, Geuvânio e Daniel Martins.
O meia Evandro, que ficou livre após o fim de contrato com o Santos, negocia com o time paranaense e pode ser mais uma novidade.
Já em Minas Gerais, o Galo tem apostado em contratações milionárias. Mesmo devendo salários aos jogadores e reduzindo as remunerações dos funcionários durante a pandemia, o alvinegro atendeu ao pedido do técnico argentino Jorge Sampaoli e já trouxe cinco nomes.
A mais badalada dela foi o atacante baiano Keno, que estava emprestado pelo Pyramids, do Egito, ao Al-Jazira, dos Emirados Árabes Unidos, e chegou ao Atlético pelo custo de R$ 12,3 milhões. Já pelo atacante Marrony, revelação do Vasco, a equipe de Minas pagou R$ 20 milhões.
O clube conta com a MRV Engenharia e o Banco BMG para bancar as contratações e, além da dupla, tem acertos com o zagueiro Bueno e os volantes Léo Sena e Alan Franco. O Galo negocia ainda com o zagueiro paraguaio Júnior Alonso, que estava no Boca Juniors, e mira um centroavante. Entre os cotados está Lucas Pratto, atualmente no River Plate.
Reforços da casa
No Bahia, o presidente Guilherme Bellintani tem batido na tecla de que o clube não vai fazer contratações enquanto a crise provocada pela pandemia não for amenizada. Mas isso não quer dizer que o técnico Roger Machado não ganhará reforços.
Desde o retorno aos treinos presenciais na Cidade Tricolor, o elenco do Esquadrão ganhou dez novas peças. São jogadores que faziam parte do time de aspirantes, projeto que foi encerrado para reduzir custos.
Além deles, o zagueiro Everson e o lateral Matheus Silva, que estavam emprestados ao Paraná e Farense-POR, respectivamente, voltam ao clube e vão ter as suas situações analisadas nos próximos dias. A tendência é a de que eles não sejam aproveitados e sejam negociados.
Quem se despediu do tricolor na terça-feira (30) foi o atacante Arthur Caíke. No clube desde o ano passado, ele teve o vínculo de empréstimo encerrado. O Bahia tinha o interesse na renovação, mas o cenário mudou após o início da pandemia. Arthur pertence ao Al-Shabab, da Arábia Saudita.
Antes, o Esquadrão já tinha definido a situação do meia Eric Ramires, que está emprestado ao Basel-SUI. O vínculo do jogador com o clube europeu foi estendido por mais dois meses, até o fim da temporada no país. O Basel tem a opção de compra ao final do empréstimo por cerca de seis milhões de euros.
Fonte: Correio | Foto: Felipe Oliveira/ EC Bahia/ Divulgação