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O Fluminense ainda estaria sofrendo o efeito de macumba?

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Duas vezes campeão baiano na década de 1960 (1963/1969), chamado de “o Santos do Nordeste” em comparação ao esplêndido futebol do alvinegro do interior paulista, na época com Pelé, Coutinho, Edu, Gilmar, Mengálvio e tantos outros craques, o Fluminense de Feira Futebol Clube, atualmente, amarga a segunda divisão do futebol estadual, o que deixa sua grande torcida infeliz e apática. Tanto que já não se vê, como antigamente, a bonita camisa das três cores pelas ruas da cidade, em notório contraste com o desfile de torcedores usando camisas de clubes do Rio de Janeiro, São Paulo e outros estados.

Há uma ampla expectativa positiva em relação ao futuro do clube, que está atualmente sob a direção de um grupo empresarial confiável e competente. Assim, o torcedor feirense espera que a temporada de 2025 faça o tricolor reencontrar seu lugar no futebol baiano, onde, desde que ingressou no profissionalismo em 1954, assumiu sem qualquer dúvida a posição de terceira força, ou uma das suas três maiores forças.

FLU DE FEIRA CAMPEÂO EM 1969

Mas o que teria ocorrido com o tricolor, o touro do Sertão, para despencar até a segunda divisão e aí permanecer? O torcedor apaixonado aponta logo diretorias passadas, atribuindo-lhes má gestão, despreparo e erros nas contratações, dentre outras coisas, sem levar em conta também o esforço de muitos dirigentes que têm empregado tempo e dinheiro no clube. Todavia, há outros, em menor número, que, fazendo o sinal da cruz, atribuem a má fase do clube à “maldição” lançada pelo babalorixá Paulo Caveira.

A história é antiga, remonta à década de 1970, quando o tricolor vivia boa fase, tendo entre outros dedicados dirigentes o galego feirense Segundo Peleteiro Rajo, nascido na Espanha, mas que aqui chegou, constituiu família e permaneceu até o fim da vida. Oriundo de Cachoeira, terra mística, Paulo Caveira conseguiu fazer grandes amizades no tricolor e, com muita habilidade, aproximou-se da crônica esportiva da cidade, constituída por vários jornais diários, inclusive sucursais de órgãos da capital, e programas esportivos em todas as emissoras AM da época.

O babalorixá concedia entrevistas, fazia prognósticos, viajava com a delegação do clube com status de dirigente e tudo ia bem, mas na vida há sempre um dia, e esse dia chegou. A delegação do Fluminense ia viajar para outra cidade baiana onde faria um jogo pelo certame estadual. Consciente da importância de seu papel no tricolor, Paulo entrou no ônibus e, com naturalidade, ocupou o assento de um dirigente que, ao chegar, surpreendentemente, determinou sua saída do ônibus.

Dono de boa retórica e ferido pela inesperada desfeita, Paulo Caveira saiu “infusado”. Logo depois, procurou emissoras de rádio e jornais e declarou enfaticamente que, a partir daquele dia, as coisas iam mudar e o tricolor nunca mais seria campeão. “Acabou Fluminense, enterrei uma cabeça de jegue no gramado do Joia. Acabou!” A declaração do pai de santo cachoeirano não foi levada a sério pela maioria da torcida, mas uma parte mostrou-se preocupada por acreditar que o sobrenatural existe e deve ser respeitado.

Ficou em expectativa uma palavra da diretoria do clube ou de Paulo Caveira para desfazer o mal-estar criado, mas isso não ocorreu, pelo menos que se saiba. Coincidência ou não, o tricolor realizava boas campanhas, mas não conseguia chegar ao título, até que começou a desandar. Interessante é que, durante uma reforma efetuada no estádio municipal, todo o gramado foi retirado para ser substituído e foi feita a modernização da rede de drenagem. Quando uma das enxadas acionadas por um trabalhador bateu em algo sólido, lá estava uma ossada bem enterrada!

Naturalmente, dirigentes do tricolor, que conheciam a história, mostraram-se preocupados e rezas teriam sido encomendadas para desfazer o “trabalho” que teria sido feito por Paulo Caveira. Mas, segundo entendidos, devido ao tempo, a ‘macumba’ já não podia ser desfeita. Certo é que, até 2024, o tricolor continua sofrendo sem resultados expressivos. Seria ainda efeito do trabalho de Paulo Caveira, que já faleceu? Torcedores otimistas, no entanto, dizem que não. “Vem aí 2025, se armar um bom time, com um técnico competente, não tem feitiço. O Flu sobe e não cai mais!” garante o apaixonado tricolor Léo Carneiro.

Zadir Marques Porto

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