O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, reforçou a intenção de manter o cronograma dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. O evento está previsto para começar no dia 24 de julho e terminar no dia 9 de agosto. Apesar disso, o alemão, de 66 anos, admitiu que tem estudado cenários diferentes caso a pandemia do coronavírus, que tomou conta do mundo inteiro, continue avançando.
“Somos afetados por esta crise como todo mundo e estamos preocupados como todo mundo. Não estamos vivendo em uma bolha ou em outro planeta. Estamos no meio de nossas sociedades. Não sabemos qual será a situação. É claro que estamos considerando cenários diferentes, mas somos diferentes de muitas outras organizações esportivas ou ligas profissionais (que adiaram grandes eventos), pois estamos a quatro meses e meio de distância dos Jogos. Eles são ainda mais otimistas do que nós, porque a maioria deles adiou seus eventos para abril ou final de maio. Estamos falando do final de julho”, afirmou em entrevista ao jornal americano “The New York Times”.
Por optar pelo não cancelamento dos Jogos, o COI tem sido alvo de muita pressão, inclusive por parte dos atletas. Muitos países do mundo estão vivendo em regime de quarentena e isso está atrapalhando a preparação de muitos esportistas. Além de afetar os treinos, a paralisação do mundo do Esporte adiou ou cancelou muitos torneios classificatórios para o evento. Das 50 modalidades olímpicas, 42 foram impactadas pelos efeitos do contágio do Covid-19.
“Posso me identificar com esses atletas por causa da minha experiência. Eu tive uma situação semelhante antes dos Jogos em Moscou em 1980, quando também havia muita incerteza. Os jogos aconteceriam em Moscou? Podemos ir? Seríamos autorizados a ir, sob quais circunstâncias? Para um atleta, a pior coisa para a preparação é a incerteza que distrai o treinamento e os preparativos. Eu disse aos 220 atletas na reunião de quarta-feira que não podemos fingir que temos respostas para todas as suas perguntas. Estamos na mesma situação que você e o resto do mundo”, disse Bach, que foi esgrmista olímpico.
De acordo com o presidente, o COI vai tomar suas decisões com base nos relatórios da força-tarefa criada no início da pandemia, formada por membros da entidade, do Comitê Organizador de Tóquio 2020, do Governo do Japão e a Organização Mundial de Saúde (OMS). Bach ressaltou que dinheiro não é o problema.
“Temos nossas políticas de gerenciamento de riscos em vigor e nosso seguro, o que nos permitirá continuar nossas operações e organizar futuros Jogos Olímpicos. O COI não tem problema de fluxo de caixa. Para nós, não seria responsável agora e seria prematuro iniciar especulações ou tomar uma decisão em um momento em que não tenhamos nenhuma recomendação da força-tarefa. Não vou especular, mas devemos isso a todos os atletas e a toda a metade do mundo que assiste às Olimpíadas dizendo que não estamos colocando o cancelamento dos Jogos na agenda”, comentou.
Fonte – BN