Observar a paisagem do alto pode ser uma sensação gratificante para qualquer um. Então, imagine fazer isso após escalar 380 metros, quase sem elementos para se proteger. Foi este o feito inédito que Cesar Grosso, o Cesinha, conseguiu ao percorrer a via do Teto do Baú, na cidade de São Bento do Sapucaí, em São Paulo.
Ele foi o primeiro a “conquistar” o Teto do Baú de forma livre (quando o escalador usa só grampos nas paredes como proteção em caso de queda), e teve que trabalhar por 22 dias para isso. Tudo isso em meio a uma vista exuberante, que pôde ser admirada no fim.
Antes do feito de Cesinha (que vai disputar o torneio Pan-Americano da modalidade em 2020, em Los Angeles, e busca vaga na Olimpíada de Tóquio), essa escalada era artificial, feita apenas com o auxílio de grampos fixos, equipamentos móveis de proteção e outras ferramentas para progredir. Agora, este não é mais o único jeito.
Cesinha teve muito trabalho durante esse tempo: foi obrigado a limpar o terreno “muito podre”, com pedras soltas, musgos e terra; precisou fixar as proteções e, além de tudo, encarou as fortes chuvas e raios que caíram no local durante esse período. Apesar disso, a escalada aconteceu sob um céu claro.
No momento da subida, é difícil prestar atenção no visual: Cesinha definiu o momento como uma transe, em que nada mais importa. No topo, a sensação é totalmente diferente. O escalador sentia a leveza do visual não só pelo objetivo alcançado, mas também por ter realizado um sonho de longa data.
– Tenho profundo respeito e admiração pela Pedra do Baú. Comecei a escalar lá na rocha, lá conheci o que é o montanhismo e sempre vi o Teto do Baú como algo intocável. Escalar o Teto foi uma enorme realização de um grande e velho sonho – afirmou.
Agora, a via não se chama mais Teto do Baú. Ao fazer a conquista, Cesar ganhou o direito de rebatizar o local – algo comum na modalidade. O novo nome, “Origens”, foi escolhido para representar as raízes e esse velho sonho.
Fonte: Globoesporte.com