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Gestão vence desconfianças e Santo André volta a ser sensação em São Paulo

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O calendário ainda é o “calcanhar de Aquiles” de muitos clubes no Brasil, principalmente daqueles que só contam com três, quatro meses de competição e o restante do ano ficam parados. Trabalhar em uma equipe nessa situação é uma tarefa ainda mais complicada para o gestor de futebol que tem que “se virar nos 30” para fazer um trabalho que traga resultados em um curto espaço de tempo. É o caso do Santo André, clube do interior paulista que viveu seu grande momento no começo dos anos 2000 com a conquista da Copa do Brasil, e depois ficou praticamente no ostracismo. Este ano com a chegada do gestor Edgard Montemor (foto), o time do ABC engatou uma boa campanha sendo líder do Campeonato Paulista deixando para trás equipes que tem investimentos bem superiores ao seu. O dirigente venceu as desconfianças e o trabalho até aqui vem dando bons resultados e o Santo André aos poucos volta a ser a sensação do interior de São Paulo.

Depois de quase 15 anos no São Bernardo FC, Edgard Montemor Filho assumiu a função de executivo de futebol no Santo André. O fato de ter trabalhado no clube de São Bernardo do Campo, cidade vizinha a Santo André, acirrou ainda mais o sentimento de rivalidade dos torcedores que “entupiram” as redes sociais do clube de críticas, porém o presidente Sidney Riquetto e os demais dirigentes sustentaram a contratação do executivo que começou o trabalho, que está dando ao Santo André a liderança geral do Campeonato Paulista.

A liderança do Paulista, de acordo com Edgard Montemor, é a consequência de uma série de fatores agregados. “Na verdade foi um ‘casamento’ de objetivos: incialmente dos dirigentes, que mesmo tendo um calendário apertado partiram para uma mudança na gestão do futebol e nesse sentido, trouxemos um treinador (Paulo Roberto Santos), conhecedor da competição e o grupo, como não havia muito tempo para se fazer contratações diversificadas o elenco foi montado com atletas que em algum momento trabalharam com o treinador, o que facilita o conhecimento e um trabalho mais eficaz no sentido do treinador explorar o potencial de cada um”, explicou.

O Santo André, até a paralisação do Paulistão, estava na liderança geral da competição com 19 pontos, mesma pontuação do Palmeiras porém com um triunfo a mais. O time do ABC com um elenco modesto supera clubes como os tradicionais Corinthians, São Paulo, Santos e no interior o Red Bull Bragantino, todos com elencos e orçamentos bem superiores ao do time que no começo dos anos 2000 ganhou projeção nacional ao ser campeão da Copa do Brasil – em 2004 – quando venceu o Flamengo em pleno Maracanã. “Além de serem conhecidos do técnico, os atletas são tidos como ‘operários’ que estão no Santo André aproveitando a oportunidade e a ‘vitrine’ para darem o melhor de si visando após o Paulista estarem em outras equipes com bons contratos, ou seja os objetivos individuais se unem ao geral”, afirmou o dirigente.

Edgar Montemor reconhece que o caminho ainda é longo para o Santo André voltar à “crista da onda” no futebol brasileiro. “A filosofia mudou e hoje o sucesso de um clube, seja grande ou pequeno depende diretamente da gestão. Não tem como dissociar esta situação e neste aspecto muitos estão se reformulando, reestruturando já de olho no futuro porque disso depende a sobrevivência das equipes”, ponderou.

CALENDÀRIO

Edgard Montemor  defende uma discussão mais aprofundada a respeito do calendário do futebol nacional. “Os clubes que tem várias competições reclamam o excesso e os que disputam menos campeonatos reclamam da falta de jogos. O que podemos concluir é que ainda de uma forma geral não satisfaz aos grandes, muito menos aos pequenos clubes que travam lutas intermináveis para sobreviver. É um tema complexo que ainda está sendo discutido e que mais adiante precisa ser amplamente debatido para que se chegue a um modelo que possa atender à necessidade de praticamente todos os clubes”, comenta.

Outra questão mencionada pelo dirigente diz respeito à negociação de débitos oriundos do não pagamento de tributos. “O que na verdade existe é um ciclo vicioso: o Governo lança os mecanismos, as agremiações buscam as fórmulas de parcelamentos dos débitos, começam a pagar, não honram os compromissos, voltam a ficar em situação complicada e aí se segue esta roda viva que só terá fim quando os clubes passarem a ter gestão empresarial porque o futebol brasileiro, na verdade é uma grande empresa, mas não é tratado como tal”, declarou Edgard Montemor.

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