Uma das figuras marcantes no esporte feirense, o professor Antônio Lopes, foi o homenageado pela equipe Os Diplomatas do Rádio com o “Troféu Diplomatas – A maior conquista é o reconhecimento”. Ele participou do programa Conexão Esportiva, quando recebeu das mãos do coordenador Miro Nascimento, a honraria. Com uma vida dedicada ao esporte a mais de 40 anos, ele fez história no esporte através da capoeira e do futebol, com projetos sociais que assistiram a milhares de crianças e adolescentes.
Antônio Lopes Ribeiro nasceu no distrito de Magalhães, em São Gonçalo dos Campos, mas ainda criança veio para Feira de Santana, onde fixou residência com seus familiares no bairro dos Eucaliptos. “Eu tinha uns 12 anos, quando viemos para cá. Meu pai era comerciante de produtos como farinha, feijão lá, onde hoje funciona o Mercado de Arte Popular. Naquele tempo, eu ainda não conhecia a capoeira e um dia fui levar a comida de meu pai e passando alí na Senhor dos Passos me distraí olhando uma roda de capoeira e esqueci de levar a comida de meu pai. Quando me lembrei, disse a mim mesmo ‘é hoje que tomo uma surra’. Saí correndo e já cheguei no mercado chorando ‘painho, me desculpa! Mainha mandou a comida cedo e eu me distrai olhando uma coisa ali na rua’. Ele me olhou, e perguntou ‘onde é isso? Vamos lá ver?’. Voltamos lá e dali procuramos o mestre de capoeira e foi assim que comecei na capoeira”, lembra.
Antônio Lopes conta que viajou por todo o Brasil, participando de eventos e competições de capoeira, sob o comando do Mestre Nonato. “Foram vários Estados brasileiros e foi numa destas viagens que tive meu primeiro encontro com o Rei Pelé. Foi na Olimpíada Nacional em Goiânia, quando fizemos uma apresentação e ele, então ministro dos esportes ficou tão encantado que terminou a apresentação e veio nos abraçar. Dei logo a ele um berimbau e foi uma festa só. Algo que nunca esquecerei”, declarou.
FUTEBOL
Paralelo a capoeira, Antônio Lopes também sempre teve grande paixão pelo futebol, que se aprofundou no quintal de casa. “A gente tinha uma grande propriedade e nos fundos tinha um espaço bom e eu pedi a meus pais para fazer um campo de bola. Fizemos o campo, mas não tinha a bola. Aí, a gente inventava rifa e o dinheiro arrecadado era para comprar bola e nunca faltou bola. Foi assim que criamos o Botafoguinho, que era sensação do bairro. Chegamos a disputar o Campeonato do Tomba e fomos campeões”, recorda o professor. “Nessa época Dilson Barbosa era presidente da Liga Feirense de Desportos e lançou a ideia de que times que se destacassem em seus bairros seriam convidados a participarem do Campeonato Feirense de Amadores. Nessa época, meu compadre Ermínio Reis Porto me convidou para fundar o Astro. Nessa época Astro e Dois de Julho foram guindados a disputar o Campeonato Feirense”, completa.
Em 1984, Antônio Lopes recebeu o convite para integrar a Seleção de Feira de Santana como preparador-físico. “Era uma equipe muito boa, que chegou na reta final da competição. Me lembro que nós brigamos muito naquela época para que os atletas tivesse oportunidade no Fluminense. Foi um trabalho muito legal porque conseguimos ali revelar bons valores para o futebol”, declarou
Na sequência, através de um convite de Nilson Morais e Joel Magno, o professor foi para o Bahia de Feira com a missão de ajudar o Tremendão a retornar a 1ª divisão em 1986. “O trabalho com êxito porque nos unimos em torno do objetivo de voltar o Bahia de Feira a elite estadual”, afirma o professor.
Em 1992, Lopes fez um dos trabalhos mais relevantes na sua trajetória: o vice-campeonato brasileiro da Série C diante da Tuna Luso. “Fui junto com Almir Pinto, responsável pela preparação física da equipe treinada por Veraldo Santos. Um trabalho excelente porque superamos as dificuldades e levamos o time a uma situação que ninguém imaginava. Grandes jogadores tinha o time, perdemos a final por 3 x 1, mas fomos campeões morais por tudo o que fizemos”, recorda Antônio Lopes.
Por Cristiano Alves
Foto – Caian Oliveira
