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REFLEXÃO E OPINIÃO :Os impactos da Covid-19, Modelo de negócio para o futebol brasileiro

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Os impactos da Covid-19 afetam de maneira assustadora a economia mundial, dentre os quais de grande representatividade, a indústria do esporte. No Brasil, os impactos no futebol atingem a estrutura econômico-financeira da CBF, das federações, dos clubes e de todos os seus stakeholders.

Dentre os maiores desafios do futebol brasileiro destacam-se governança, planejamento estratégico, gestão financeira, gestão de contratos e direitos econômicos, gestão de projetos, gestão de riscos e marcas, calendário, qualidade dos jogos, insegurança dos torcedores, estádios vazios, dentre outros.

O que se vê ainda, no entanto, ano a ano, é o clube caçando salvadores da pátria, optando por nova comissão técnica e plantel, novos dirigentes e executivos, novas ações e estratégias de marketing, novos patrocinadores, ou seja, a estrutura e a marca do clube nunca se consolidam.

A atual prática de gestão no futebol brasileiro já não tolera mais mesmice, com discursos de “vamos ver assim que possível”, “estamos atentos às mudanças”, “deixa para a próxima gestão”. É preciso cair na real, passar a tratar o futebol como negócio.

Implantar um modelo de negócio profissional no futebol, reunindo todas as áreas do clube traz inúmeros impactos positivos: um clube atrativo, com time forte e competitivo, conquista de títulos, incremento ao número de associados e torcedores, otimização dos investimentos e gastos, aumento das receitas com geração de lucros, saúde econômico-financeira. Isso representa diferenciação de mercado e agregação de valor à marca.

 As mensagens que o clube transmite em seu modelo de negócio para os stakeholders são claras e objetivas. A mensagem externa oferece legitimidade aos acionistas, torcedores, patrocinadores, investidores, mídia e comunidade, enquanto a interna preza pela legitimidade para com os profissionais, racionalidade, guia, disciplina e padrões.

Trabalhar com inteligência, planejamento, estratégias e cenários de curto, médio e longo prazos são atribuições de uma equipe de profissionais multidisciplinar e estável, especialistas nas suas áreas de atuação, formação acadêmica e experiência de mercado, liderança e habilidade na gestão de projetos e de pessoas, remuneração de mercado, trabalho em tempo integral.

É de se observar que a dinâmica e as variáveis empregadas pelo modelo de negócio no clube são as mesmas para as áreas e profissionais de dentro e fora do campo. Requer a definição de missão, visão, valores, objetivos e planos estratégicos (clube como um todo), objetivos e planos táticos (cada área do clube) e objetivos e planos operacionais (cada atividade desenvolvida pelo profissional).

Toda essa estrutura leva aos resultados desejados pelo clube e seus stakeholders. Uma gestão de crise sempre implica em perdas, sofrimento, choques, desgastes, mas, também na geração de oportunidades e melhorias, como a definição e execução de ações conjuntas e assertivas, a formação e projeção de novos gestores esportivos, profissionais, atletas, e porque não, estimula um novo olhar sobre o futebol brasileiro.

O atual cenário aponta para maiores investimentos nas categorias de base e formação de atletas no clube, uma vez que, os recursos serão escassos para contratações; a necessidade de revisão e renegociação de contratos; revisão do organograma geral e do planejamento estratégico; avaliação e definição do calendário de competições; ajuste do orçamento anual e do fluxo de caixa projetado; é saudável a criação de um Comitê Gestor para validar, monitorar e fazer executar essas ações no clube.

O grau de desequilíbrio entre receitas e gastos projeta um futuro avassalador: ausência de bilheteria, queda de recursos de TV, publicidade, matchday e patrocinadores, inadimplência de sócio torcedor, dificuldades com transações de atletas, enfim, a previsão de uma queda brusca das receitas.

E como fazer para arcar com os gastos de salários e a estrutura em geral do clube? Como ficam os investimentos? É preciso considerar variáveis como menor poder aquisitivo, consumo, variação cambial, riscos de inflação, recessão.

O fair play financeiro irá garantir a saúde financeira do clube. Cabem ainda outras reflexões: como ficam os contratos atrelados à moeda cambial sem hedge? Qual será o comportamento dos clubes internacionais na contratação de jogadores brasileiros? Aliás, como agem as empresas em um momento de crise como o de agora? Apostam e confiam nos seus executivos e profissionais, todos de alta performance, recorrem à consultoria, inovam e se reinventam.

Resolvem os problemas e o negócio continua mesmo sendo em um outro formato, com a adaptação das áreas e seus profissionais.

Será que não é hora de transformar o clube em empresa? Aumentar o benchmarking através de intercâmbio com profissionais e clubes com cases de sucesso? É certo que a implantação de um modelo de negócio profissional e suas estratégias encontrarão muita resistência, mas, é algo irreversível.

O clube que se antecipar, abocanhará a maior fatia de mercado e agregará muito valor à sua marca. Esse processo somente dará certo com profissionais experimentados e se todas as ações estiverem focadas na maximização de receitas e resultados advindas da performance dentro de campo. Por isso, o foco total de um clube deve ser o futebol, sendo todas as demais áreas de apoio orientadas pelos seus padrões e suas ações. “A bola não entra por acaso” Ferran Soriano – atual CEO do Manchester City (ING).

CLAITON FERNANDEZ

Doutor em Administração

Gestor Esportivo

Professor FGV/FIFA/CIES / Instrutor da CBF Academy

Afiliado à ABEX – Associação Brasileira dos Executivos de Futebol

Afiliado ao IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa

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17 respostas

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