O empresário Arthur Menezes Soares Filho, o “Rei Arthur”, confirmou o esquema de compra de votos dos delegados africanos na escolha do Rio de Janeiro para sede dos Jogos Olímpicos de 2016. A informação foi dada em primeira mão pelos repórteres Chico Otavio e Daniel Biasetto, do Globo.
Preso na última sexta-feira, em Miami, Arthur prestou depoimento após fazer acordo de delação premiada com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) como forma, inclusive, de evitar a deportação de volta para o Brasil.
O “Rei Arthur” teve participação direta na venda dos votos. Usando Matlock Capital Group, uma holding nas Ilhas Virgens, paraíso fiscal, a qual o empresário tem ligação, transferiu US$ 2 milhões para a conta de Papa Diack, filho do então presidente da Federação Internacional de Atletismo, Lamine Diack.
Outros US$ 10,4 milhões foram transferidos para Cabral via doleiro Renato Chebar, na conta do EVG Bank. Esta transação foi comprovada por documentos fornecidos pelas autoridades de Antigua e Barbuda, e pelo gestor do banco Enrico Machado, doleiro e colaborador da Calicute.
As transações aconteceram três dias antes da votação para definir a sede dos jogos de 2016, no dia 29 de setembro de 2009. Arthur Soares de Menezes Filho é proprietário de uma das principais empresas que prestavam serviço ao governo do estado do Rio de Janeiro durante a gestão Sérgio Cabral, a Facility.
De acordo com a investigação, a Facility participava de licitações fraudadas e depois repassava valores dos contratos, de forma ilícita, a autoridades do Legislativo e do Executivo fluminense. Os contratos do empresário com o governo do Rio chegaram a totalizar R$ 3 bilhões na gestão de Cabral.
Sérgio Cabral governou o Rio de Janeiro entre 2007 e 2014 e é acusado de receber US$ 10,4 milhões em propinas de Arthur Soares, entre março de 2012 e novembro de 2013, em paraísos fiscais, além de uma soma de R$ 1 milhão no Brasil entre 2007 e 2011.
Cabral nega as acusações e afirma não ter contas no exterior desde 2003, quando encerrou a única que possuía. O Ministério Público Federal afirma que os pagamentos eram feitos em espécie, através de contratos fictícios e pagamento de despesas pessoais.
Com informações do Globoesporte.com