O Ministério Público de São Paulo solicitou nesta quinta-feira a abertura de um inquérito policial para investigar o caso de exploração clandestina de um camarote do Morumbis em dia de show, revelado pelo ge.
O promotor José Reinaldo Guimarães Carneiro, responsável por enviar à Polícia a solicitação de abertura de um inquérito, explicou quais são os possíveis crimes contidos no áudio em que os diretores Douglas Schwartzmann e Mara Casares admitem participar de um esquema para explorar ilegalmente um camarote do São Paulo.
– O primeiro crime é corrupção privada do esporte, que é um crime previsto na nova Lei Geral do Esporte, em vigor desde 2023. Esse crime, na verdade, pressupõe a manipulação de interesses privados em detrimento do patrimônio do clube, das agremiações.
– E um segundo crime, que também é muito grave, é o de coação no curso do processo. Porque você ligar para uma pessoa e intimidar para que ela retire um processo sob pena de que as coisas ganhem repercussões, como sugerem as gravações, é um indicativo de crime – explicou o promotor.
A sugestão do Ministério Público é que sejam ouvidos os três envolvidos no áudio (Douglas Schwartzmann, Mara Casares e Rita de Cassia Adriana Prado) e todos os citados, inclusive Marcio Carlomagno, superintendente geral do São Paulo.
– Todo o dinheiro de uma agremiação arrecadado seja em praça esportiva em razão do futebol ou de outra atividade esportiva tem que reverter para o clube. E não para favorecimento de interesse privado de quem deveria gerir o clube. A Polícia vai tomar os próximos passos – completou.
O caso também tem caminhado internamente no São Paulo. Depois da revelação dos áudios, o Tricolor abriu duas sindicâncias, uma interna e outra externa, para apurar o que aconteceu.
O Conselho Deliberativo encaminhou uma outra investigação à Comissão de Ética do clube, enquanto recebe pedidos de punições para Douglas Schwartzmann e Mara Casares.
No mesmo dia da divulgação do caso, os dois diretores pediram licença de seus cargos, mas continuam com trânsito no clube como associados.
Fonte:GE

