A CBF finaliza os últimos ajustes para divulgar protocolo médico de prevenção ao coronavírus para retorno ao futebol. O documento não prevê data para a bola rolar, mas apenas determina cuidados mínimos para dar segurança a atletas e todos envolvidos em clubes e nos jogos.
O protocolo foi montado com a coordenação do presidente da Comissão Nacional de Médicos da CBF, Jorge Pagura, que reuniu os chefes dos departamentos médicos do Atlético-MG, Rodrigo Lasmar, que também é da Seleção, Marco Azizi, do Fluminense, que participou da comissão técnica da seleção masculina sub-23, do Flamengo, Márcio Tannure, do Avaí, Luis Fernando Funchal, e da Ponte Preta, Roberto Nishimura. O infectologista Sergio Wey, do Hospital Albert Einstein, orientou os médicos.
Os médicos consultaram protocolos que já estão sendo utilizados nas federações da Espanha, de Portugal e em alguns clubes do Japão e da Alemanha, como o Bayern de Munique e o Bayer Leverkusen.
Cada médico escreveu parte do documento e depois passou para Pagura consolidar as sugestões e discutir as ideias. O documento já foi enviado para a presidência da CBF, que agora passa pelo departamento jurídico e de competições para última análise.
Alguns dos pontos definidos no protocolo:
- Testes de coronavírus
- Medição de temperatura
- Treinos com grupos separados
- Uso limitado de instalações do clube, com cozinha e vestiário fechados
- Tratamento médico e fisioterapia com cuidados especiais
- Corredor de segurança no local de treino
- Contratação de empresas de desinfecção e descontaminação
ENTENDENDO
Com relação aos Testes de coronavírus o grupo de trabalho levantou custos para aquisição de aparelhos para testes de coronavírus. O Flamengo já se antecipou e comprou 600 equipamentos. Há expectativa da CBF e das federações assumirem essa compra de testes – o que ainda depende de disponibilidade de produtos.
Outro aliado tecnológico na prevenção do coronavírus, aparelhos de medição de temperatura à curta distância – sem necessidade de encostar no atleta, como já acontece em alguns aeroportos – serão fundamentais para o retorno aos treinos.
Na Alemanha, os jogadores foram orientados a chegarem ao CT de 10 em 10 minutos. A temperatura deles era medida ainda no carro. Caso um atleta esteja com temperatura alta, ele pode nem descer do carro e ser encaminhado para quarentena em casa. No Brasil, alguns clubes vão adotar procedimento semelhante, com intervalo maior de chegada dos atletas no local de treino.
Treinar separados não é simples, muito menos cômodo, mas a ideia é separar jogadores por turno de trabalho e até por campos, se houver estrutura para isso. A grosso modo, como se o treino de goleiros, sempre separado, seja replicado em treino para laterais, treino para zagueiros, treino para meias, treino para atacantes.
As orientações de treinos podem ser feitas em videoconferência e, em caso de uso da academia (prática que atenderia a mesma norma, ou seja, em grupos pequenos), um preparador físico orientava o atleta através de chamada de vídeo.
Uso de instalações do clube é umoutro item que depende muito da estrutura do clube, mas em regra o protocolo tem duas ordens: a primeira trata-se do uso de cozinhas e rouparias que devem ficar fechadas, para evitar exposição de mais pessoas a possível contaminação e a outra recomenda que os vestiários permaneçam fechados ou boxes exclusivos para atletas.
Emrelação aoTratamento médico e fisioterapia deve ser com máscaras e luvas apropriadas no contato com os jogadores. Sem conversa e contato físico. Ao fim da sessão de tratamento, higienização do local de trabalho.
A mesma organização de treinos e uso de academia também vale para o trabalho de recuperação e tratamento. Ou seja, um médico cuida de determinado grupo. Outro fisioterapeuta de outro. Caso haja alguma contaminação nesse grupo, o isolamento em quarentena será necessário apenas para este grupo de pessoas.
Fonte:GE / Foto:divulgação