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O dinheiro definitivamente não compra a arte

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SE FALA TANTO – Que a Europa é um modelo a ser seguido, que os times europeus têm os melhores técnicos, melhores jogadores, estruturas financeiras fantásticas que proporcionam equipes bilionárias. É fato, sim, porém dinheiro não compra a arte, ou seja, por mais dinheiro que se tenha, os europeus ainda estão longe de serem fabricantes de talentos. E temos muitos exemplos do quanto é fugaz a questão de equipes fortes – principalmente seleções – que fazem sucesso durante um tempo e depois fracassam.
QUEM NÃO SE LEMBRA – Da Espanha em 2010? Que encantou o mundo, venceu a Copa do Mundo e quatro anos depois foi um fiasco? A Alemanha em 2014 foi campeã com uma geração que na Copa da Rússia fracassou. Nos clubes, a Espanha, Alemanha e Inglaterra com a França correndo por fora são os principais centros europeus por ter o grande aporte financeiro, porém ainda existe a dificuldade de se revelar jogadores dos seus próprios países e os times gastam milhões e milhões de euros para terem os melhores jogadores do mundo seduzindo multidões com jogos de grande nível, mas o legado que se deixa disso quase ninguém vê.
É DIFERENTE – Do futebol brasileiro que construiu um legado não só com títulos, mas com a revelação de talentos que parecia ser interminável mantendo a qualidade do futebol, num tempo onde um jogador ia para o exterior e já se tinha outro para o lugar. Esse legado ninguém contesta e os europeus ainda levarão muito tempo para construir e ao mesmo tempo desconstruir a imagem de futebol capitalista. É um futebol forte por conta do dinheiro que corre e não por conta de talentos, mesmo porque com tanta grana em questão, formar atletas para quê?
A ORGANIZAÇÃO EUROPEIA – É realmente de dar inveja a qualquer um, porém, os times hoje contam com estruturas totalmente previsíveis em campo: dois ou três atletas diferenciados, com os demais sendo operários. É assim que se joga e a previsibilidade existe porque quando os “gênios” não podem jogar ou são bem marcados, as equipes morrem em campo. A Seleção Brasileira segue o estilo e joga em função de um ou dois e o que temos visto em campo é desanimador.
NÃO ME CONSIDERO SAUDOSITA – Mas ainda alcancei o tempo em que todos na Seleção eram craques, do goleiro ao ponta esquerda. Ponta esquerda? Já foi esse tempo, pois a coisa mudou tanto que hoje possível se ser times sem atacantes, jogando por uma bola, o que é triste e que revela a mecanização do futebol, ou seja, a total previsibilidade ou melhor, a limitação em todos os sentidos de jogadores e técnicos.
ORA – Isso é bem claro, a ponto do técnico Tite chegar a afirmar que não sabe armar um time sem três volantes no meio-campo. Se preocupa tanto com marcação que todos viram da forma que o Brasil caiu para a Bélgica na Copa da Rússia. Ele e outros tantos esquecem que futebol não é uma ciência exata e a flexibilidade pode fazer a diferença a ponto de modificar situações que nem mesmo todo o dinheiro pode mudar. A arte deve existir sempre, pois no dia que o dinheiro comprar, definitivamente o futebol perde a graça,

Até a próxima.

Por Cristiano Alves

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