Dono da melhor campanha na Série D do Campeonato Brasileiro, o Gama atravessa uma grave crise financeira fora de campo, a ponto dos jogadores estarem a oito meses sem receber salários. A situação chegou ao ponto dos atletas entrarem em greve no dia de ontem, porém a diretoria trabalha no sentido de buscar amenizar a situação até o final da semana e evitar outros desdobramentos, como o time não ir a campo no sábado para encarar o Tupynambás pela décima rodada da Série D.
Não é a primeira vez que o Gama enfrenta problemas financeiros na temporada 2020. Ainda durante a campanha que culminou no título do Candangão deste ano, os jogadores cruzaram os braços ainda na fase de classificação. O motivo, mais uma vez, foram os constantes atrasos nos pagamentos. A situação, ocorrida pouco antes da partida contra o Real Brasília, que fechou a primeira fase para o Periquito, porém, foi revertida pela diretoria e os jogadores entraram em campo normalmente.
O título do Candangão 2020 e a melhor campanha da Série D do Campeonato Brasileiro, com 92,6% de aproveitamento, não evitaram que os jogadores do Gama entrassem em greve
De acordo com o técnico do time, Vilson Tadei, a diretoria do Gama pagou um mês de salário dividido em duas vezes. “Pagaram agosto e setembro. Ou seja, dois meses. É que tem os atrasados [ainda]. Estão correndo atrás, vamos ver o que acontece”, informa.
O Gama é o líder do Grupo 6 da Série D, com 25 pontos conquistados. Até o momento, o time acumula oito vitórias e um empate na competição. Matematicamente, a equipe garante classificação para a 2ª fase na próxima rodada, se apenas empatar o jogo que fará em casa diante do Tupynambás. Com 26 pontos, o time não poderá ser ultrapassado por nenhuma outra agremiação que se encontra fora da “comissão de frente” do Grupo A-6.
A próxima partida está marcada para este sábado às 17h, no estádio Bezerrão, contra o Tupynambás-MG. Mas ainda não se sabe se os jogadores entrarão em campo por conta da greve. A expectativa é de que a diretoria consiga dinheiro o suficiente para quitar, no mínimo, uma parcela das dívidas com os profissionais.
O presidente do Gama, Weber Magalhães, declarou que imaginava que a greve fosse ocorrer por não ter recebido uma quantia de dinheiro originada de um fundo de investimento, localizado em Barcelona, na Espanha. “É normal. Estava esperando isso. O atraso do nosso repasse é de 10 dias a mais. Esse mês, conseguimos pagar uma folha para eles aguardarem a expectativa da chegada. A gente não faz promessa”, afirma o mandatário.
Por Cristiano Alves
Foto: Reprodução / TV Globo
Com informações do Jornal de Brasília e Globo Esporte