O Bahia divulgou uma nota de repúdio, na tarde desta sexta-feira, contra ataques racistas sofridos pelo atacante Ademir. O clube informou que os familiares do atleta foram ameaçados e que tem dado suporte jurídico para que todos os responsáveis sejam identificados e respondam pelos atos.
Antes da publicação do Bahia nas redes sociais, o próprio Ademir fez um post em desabafo. O atacante escreveu que seu número de telefone foi compartilhado em grupos de uma rede social e que, depois disso, ele passou a receber mensagens ofensivas.
Ademir também divulgou um áudio em uma rede social em que é chamado de “macaco”.
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Os ataques começaram após viralizar uma suposta provocação de Ademir ao Vitória. Ainda em sua publicação, o jogador do Bahia disse que foi uma “mentira” envolvendo seu nome.
Ademir também escreveu que não é um atleta com perfil provocador e que o futebol não pode ser sinônimo de ameaça e preconceito, além de afirmar que já tem tomado medidas necessárias para que os responsáveis respondam judicialmente.
Confira nota oficial do Bahia:
O Esporte Clube Bahia SAF vem a público repudiar os lamentáveis ataques racistas ao atacante Ademir, além das ameaças à família do atleta, nas últimas horas. Rivalidade é algo muito diferente das manifestações com teor agressivo e que configuram crime, de maneira indubitável, conforme a legislação brasileira. O clube já vem dando todo o suporte jurídico ao jogador para que os responsáveis sejam identificados e respondam pelos condenáveis atos.
Confira a nota divulgada por Ademir:
Depois de uma mentira envolvendo o meu nome viralizar nas redes sociais, meu número foi compartilhado em grupos de torcida na noite de ontem (13) e passei a receber uma série de mensagens ofensivas. Os ataques rapidamente passaram de ofensas para ameaças contra mim e a minha família até chegar em racismo.
Tudo isso ultrapassa qualquer limite e não pode ser normalizado no futebol ou em qualquer outro lugar. Rivalidade faz parte do jogo, mas racismo e ameaças são inaceitáveis, por isso, eu sempre lutarei contra o preconceito e, principalmente, pela segurança e integridade física da minha família.
Eu nunca fui um atleta com perfil de provocação e seguirei dessa forma, honrando a camisa do Bahia com responsabilidade. É lamentável ver uma fala distorcida e, pior, sendo usada como combustível para discursos de ódio e violência. O futebol é paixão, disputa, rivalidade, mas nunca pode ser sinônimo de ameaça e preconceito. Nunca vou aceitar esse tipo de ataque e, por isso, já estou tomando as medidas necessárias para que os envolvidos sejam identificados e respondam na Justiça pelo que fizeram.