O desenho mais concreto até agora do elenco da seleção brasileira que vai disputar a Copa do Mundo do Qatar será feito amanhã (21), quando Tite enviar para a Fifa uma lista de até 55 jogadores pré-selecionados para o Mundial. A CBF deixará em segredo quem faz parte dessa lista que servirá como base para a convocação final com 26 atletas, no dia 7 de novembro.
A Fifa não obriga a divulgação dessa lista. No começo, Tite queria levar a público para afastar a chance de uma coisa que aconteceu antes do Mundial de 2018, quando os nomes foram publicados.
Na época eram apenas 35 jogadores, mas o vazamento da pré-lista agitou discussões e criou algum mal-estar nos bastidores. O zagueiro Dedé, então no Cruzeiro, estava na lista sem nunca ter sido chamado antes, enquanto Gil e Jemerson tinham sido convocados, jogaram durante a preparação para a Copa, viviam maior expectativa de ser lembrados e acabaram ficando fora.
Na convocação mais recente, Tite antecipou a discussão e contou que queria a lista aberta. “Nem conversei com a comissão, mas para mim já coloca para todo mundo saber”, disse, em 9 de setembro. Na hora, o coordenador da seleção Juninho Paulista já reagiu: “Calma, professor.”.
Nos dias seguintes, o treinador foi demovido da ideia. Ele entendeu o argumento de que a divulgação de tantos nomes provocaria debates na mídia, opiniões calorosas e torcida pública contra ou a favor de alguns nomes, o que poderia ter efeitos negativos internos. Por isso, a lista será secreta. A Fifa só divulga os 26 convocados finais, em relação que pode ser enviada até o dia 14. No caso do Brasil, ela já será pública uma semana antes.
À essa altura, há setores muito bem definidos, como a relação dos goleiros [Alisson, Ederson e Weverton], e outros em que há espaço para um leque maior, como o caso da zaga. Nos jogos mais recentes, Tite levou Bremer e Ibañez pela primeira vez, enquanto Gabriel Magalhães — convocado anteriormente — nem chegou a entrar em campo quando esteve com a seleção. O ataque dá trabalho, porque é o setor no qual há mais opções. Raphinha, Antony, Vini Jr, Rodrygo, Richarlison e Gabriel Jesus se mostram consolidados. Pedro, Firmino e Matheus Cunha brigam para estar entre os 26, mas não perderão o bonde dos até 55.
Neymar e Paquetá dominam o setor de criação, com suporte de Casemiro, Fabinho, Fred e Bruno Guimarães. A linha de corte alta permite a Coutinho e Everton Ribeiro a perspectiva de estarem na relação que vai para a Fifa. As laterais podem trazer novidades, considerando a lesão recente de Guilherme Arana. O método de observar quatro por posição faz com que a comissão técnica tenha, então, espaço para mais um ao lado de Alex Sandro, Alex Telles e Renan Lodi – embora os dois primeiros sejam favoritos para a convocação final.
Na direita, o cenário incerto de Dani Alves é mais um ingrediente para ter alguém que não foi convocado recentemente ao lado de Danilo e Emerson Royal. Tite, por exemplo, chegou a mencionar em entrevistas passadas que estava de olho em Gilberto, do Benfica.
A seleção brasileira se apresenta em 14 de novembro na cidade italiana de Turim e cinco dias depois viaja para o Qatar. A estreia na Copa do Mundo é no dia 24, às 16h (de Brasília), contra a Sérvia.
Fonte: Uol Esportes | Foto: Lucas Seixas/UOL