A estreia do goleiro Bruno Fernandes pelo Poços de Caldas Futebol Clube, numa tarde ensolarada na cidade do sul de Minas Gerais, teve pouco mais de 200 espectadores e nenhum protesto de lembrança do crime brutal pelo qual foi condenado a mais de 20 anos de prisão referente ao assassinato de Eliza Samúdio , mãe do filho do jogador.
Bruno era um dos principais jogadores do país quando Eliza foi sequestrada e morta por comparsas do jogador. Seu corpo teria sido jogado a cães famintos e nunca foi encontrado. Ele foi preso em setembro de 2010 e condenado em março de 2013 a 20 anos e nove meses de prisão por homicídio triplamente qualificado.
Nos 48 minutos em que ficou em campo, Bruno ouviu a torcida gritar seu nome com entusiasmo toda vez que tocou na bola. A cena lembra a da breve passagem do goleiro pelo futebol em 2017, com a camisa do Boa Esporte, quando era parado o tempo todo para autógrafos.
Acompanhado da filha de 1 ano e 9 meses, de um novo relacionamento, Bruno respondeu, na entrevista aos repórteres, apenas sobre futebol, seguindo uma orientação do seu novo clube.
O goleiro, que atualmente cumpre pena em regime semiaberto domiciliar na cidade de Varginha, também no sul de Minas, retornou aos gramados sem o brilho de outrora. Acostumado a jogar diante de multidões, e com camisas de peso do futebol nacional, como Flamengo e Atlético Mineiro , fez diante de pouco mais de 200 torcedores sua primeira partida pelo novo clube. Sempre com cantos de apoio, Bruno não falhou nenhuma vez enquanto esteve em campo.
Por onde passou no Estádio Bandolão foi tietado. As manifestações de reprovação desde o anúncio de sua contratação pelo Poços de Caldas — o popular Vulcão — ficaram só nas redes sociais.
O jogo terminou em 2 a 0 para o Vulcão contra o Independente de Juruaia, um time amador.
Informações Época