Mal terminou a reunião que serviu para escolher o Maracanã como sede da final da Libertadores de 2020 e uma disputa teve início nos bastidores do futebol sul-americano. De um lado a Conmebol; do outro a CBF, a afiliada mais poderosa.
Na busca por uma fórmula para preencher as seis vagas a que tem direito no Mundial de Clubes de 2021, a Conmebol acenou com a recriação da Supercopa dos Campeões da Libertadores.
O torneio — que existiu num breve período dos anos 90 — seria disputado entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021, reuniria todos os campeões da história da Libertadores e premiaria dois times com vagas no Mundial de Clubes da Fifa, a ser disputado em meados de 2021. O formato da competição está em estudo.
As demais quatro vagas, sempre segundo o plano apresentado pelo presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, seriam dadas aos campeões da Copa Libertadores e da Copa Sul-Americana de 2021.
O presidente da CBF, Rogério Caboclo, reagiu imediatamente. Primeiro, rebateu a ideia já durante a reunião do Conselho da Conmebol, na tarde de quinta-feira. Ao fim da reunião, declarou o seguinte:
“Quando houve a colocação dessa possibilidade, imediatamente manifestei que não há hipótese de os clubes brasileiros participarem desse torneio. Não temos nenhuma data disponível e não iremos sacrificar as férias e o período de pré-temporada no Brasil”.
A CBF também discorda do critério de distribuição das vagas no Mundial (a América do Sul tem direito a seis) proposto por Domínguez. Para a entidade brasileira, a Libertadores merece ter mais peso do que a Sul-Americana.
A CBF prefere que os campeões da Libertadores entre 2017 e 2020 tenham lugar garantido — e que as demais duas vagas sejam disputadas por times que venham da Sul-Americana.
Cada lado tem seus aliados na briga. A CBF espera ter o apoio da Fifa, que gostaria de ver seu novo torneio de clubes lustrado com a presença de campeões da Libertadores e da Liga dos Campeões da Uefa.
A Conmebol, por sua vez, conta com o entusiasmo dos clubes -especialmente daqueles que um dia ganharam a Libertadores e hoje estão longe de conseguir repetir a façanha. Com a recriação da Supercopa, todos eles voltariam a ter a chance de voltar a disputar um Mundial de Clubes.
Não há um prazo estipulado para que uma decisão seja tomada, mas a Fifa tem alguma pressa — até para começar a badalar seu novo torneio, que substitui o velho Mundial de Clubes (as últimas edições no atual formato serão em 2019 e 2020).
Na semana que vem, a cúpula da Fifa se reúne em Xangai para anunciar a sede do Mundial de Clubes de 2021. A China é favorita para receber a primeira edição.
As próximas rodadas de negociação dentro da Conmebol serão em 8 de novembro, na véspera da final da Copa Sul-Americana, em Assunção, e em 3 de dezembro, no sorteio da Copa América, em Cartagena, Colômbia.
Informações Globo Esporte