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Com salários atrasados, jogadores do Paraná adotam o silêncio em forma de protesto

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Na derrota por 1 a 0 para o Figueirense, na noite deste sábado, na Vila Capanema, pela 30ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro, o Paraná admitiu que está, novamente, com salários atrasados. Os atletas se negaram a dar entrevistas como forma de protestar.

“É notória a questão financeira, isso atrapalha. A gente respeita a posição e cada um tem que ter noção das consequências. Espero que isso possa resolvido o quanto antes”, declarou Alex Brasil, executivo de futebol, em entrevista coletiva.

O GloboEsporte.com apurou que o débito é de dois meses (agosto e setembro) nos direitos de imagem e um de salário em carteira. Existem jogadores que possuem atrasos maiores. A promessa de pagamento, de acordo com a reportagem, era até o dia da partida, mas não aconteceu. Não há previsão para o débito ser pago.

Sem o pagamento, o grupo paranista resolveu adotar a “lei do silêncio”. Na chegada, no intervalo e na saída do campo, os atletas decidiram não se pronunciar em entrevistas como protesto. O elenco prometeu explicar a atitude após a partida ou durante a semana. Quem veio falar, contudo, foi o diretor paranista.

“Talvez tenha sido um momento inoportuno. Cada grupo reage de uma maneira. Os atletas lutam e querem muito, mas existem famílias por trás. Não fui consultado e é um modo que eles viram para o problema ser exposto”, declarou o dirigente em entrevista coletiva.

Vale lembrar que Alex Brasil foi contratado no final de agosto justamente com o objetivo de blindar esse tipo de situação, já que o cargo ficou em aberto por mais de três meses. O dirigente tinha a missão de gerenciar a crise interna e apostava que o problema salarial não teria repercussão com sua presença.

Essa é a segunda manifestação do grupo paranista em relação a débitos na temporada. Antes da partida contra o Criciúma, na rodada 18, em agosto, os atletas ameaçaram não se concentrar por conta dos atrasos de dois meses nos direitos de imagem, mas foram à concentração. Os funcionários tinham dois meses de salários atrasados.

O pagamento aconteceu uma semana depois com o dinheiro da venda do volante Jhonny Lucas para o futebol belga – a transação foi de R$ 10,3 milhões (2,3 milhões de euros) por 90% dos direitos econômicos, em duas parcelas (agosto/2019 e janeiro/2020).

A folha salarial paranista, em carteira, é de pouco mais de R$ 500 mil. Isso só do departamento de futebol. Os direitos de imagem são à parte e não podem ultrapassar 40% do valor do salário total do atleta (CLT mais o direito de imagem).

Recentemente, o Tricolor negociou mais uma promessa da base, que sequer atuou no profissional, para o futebol árabe. A quantia da negociação não é revelada, mas a reportagem apurou que não chega nem perto da metade da folha.

Com 44 pontos e na sétima colocação, o Paraná encara o Sport na quarta-feira, às 19h15, na Ilha do Retiro, pela 31ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.

Informações Globo Esporte

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