Durou pouco a quinta passagem de Geninho pela Toca do Leão. O treinador foi demitido pelo Vitória na semana passada depois da derrota por 3 a 0 para o Fortaleza, na Arena Castelão, em encontro válido pelo jogo de ida da terceira fase da Copa do Brasil. Geninho comandou o Vitória em apenas quatro partidas. Com um triunfo e três derrotas no período. Aproveitamento de 25% dos pontos disputados. O desligamento do clube foi uma surpresa para o experiente treinador que disse ter todas as condições de fazer um trabalho bom no Vitória se tivesse tempo.
Com o encerramento do Baiano, o Vitória demitiu Dado Cavalcante e apostou as fichas em Geninho pela identidade que ele sempre teve o clube. “Quando vim para cá eu fui bem claro quando disse que não tinha varinha mágica, que futebol não se faz de uma hora para outra e eram necessários um bom planejamento e muita paciência para que as coisas dessem certo. Infelizmente as pessoas insistem em práticas que não cabem mais no futebol e complica a vida de quem quer trabalhar”, afirmou.
Geninho se disse surpreso com a demissão. “Todos viram o (Campeonato) Baiano que Vitória fez e quando eu vim, sabia que não seria fácil montar uma equipe em tão pouco tempo de trabalho por conta de uma série de situações como a financeira. Reforços foram contratados, alguns tivemos o azar de chegarem aqui e se contundirem”, explicou. “Como então se dar um padrão de jogo a esse time? É muito complicado porque o tempo foi curto e ainda por cima houveram situações atípicas como a da nossa estreia na Série C contra o Remo que foi debaixo d’água e esse jogo contra o Fortaleza, a disparidade técnica era evidente. Poderia ser analisada essa situação, mas isso não aconteceu e ainda lá em Fortaleza fui comunicado do meu desligamento que foi uma surpresa”, complementou.
O treinador acreditava que ainda poderia fazer um bom trabalho no clube. “Circunstâncias à parte, se tivesse o tempo necessário poderia mudar essa situação, mas fazer o que? O trabalho do técnico, principalmente o brasileiro, tem prazo de validade. E para a maioria das equipes, os resultados é que determinam: se ganha tá tudo bem, mas se perder duas, três aí a situação muda e o treinador é quem paga o pato”, comentou Geninho.
Com muitos anos de experiência, Geninho acredita que o futebol brasileiro ainda precisa de mudanças radicais. “Principalmente na forma de gestão porque em muitos clubes você não pode fazer um trabalho cem por cento, ou seja, tem que ser feitas adaptações: tem clubes que você tem que ir sozinho, não pode levar seu estafe de trabalho sendo que é uma situação importante a comissão técnica estar alinhada, mas isso não acontece porque as equipes não podem contratar uma comissão técnica completa. O Vitória agora foi um exemplo disso”, analisou.
Ainda com o futuro incerto, Geninho deve voltar a São Paulo e seguirá no futebol. Para o treinador, apesar do inicio ruim na Série C, o Vitória tem todas as condições de chegar a Série B. “O Vitória tem um dos melhores elencos da Série C. O time contratou bons jogadores e pode sim fazer uma grande campanha. É uma competição complicada, mas o Vitória tem condições de dar a volta por cima e chegar. Vou torcer muito por isso”, disse o treinador
Por Cristiano Alves com informações de Miro Nascimento
Ascom/ECV