O Município, lançou na última quinta-feira (8) o Edital de Chamamento para Procedimento de Manifestação de Interesse n.° 02/2023, no Diário Oficial. O objetivo é viabilizar a concessão patrocinada do Estádio Alberto Oliveira, conhecido como Joia da Princesa, para requalificação, exploração, operação e manutenção. Esta foi a saída encontrada pelo Pode Público Municipal para que o local ganhe sobrevida e não se transforme por completo em um “elefante branco”.
As altas despesas e a pouca utilização, nos últimos anos, praticamente transformaram o Estádio Joia da Princesa, em um “elefante branco”, cujos problemas se multiplicam a cada dia e as perspectivas de investimentos têm se escasseado. A situação mais recente foi a questão envolvendo uma das torres de iluminação, na semana passada quando estava acontecendo o jogo entre Fluminense de Feira e Juazeiro pela quarta rodada do Campeonato Baiano da 2ª divisão: 12 reatores da torre queimaram, a torre não pode ser acionada e o equipamento não teve iluminação suficiente para continuar o confronto, que só se completou no dia seguinte.
Pelo menos, por enquanto os jogos só podem acontecer durante o dia, tanto que a Prefeitura e o Fluminense de Feira, já solicitaram à Federação Bahiana de Futebol (FBF) a antecipação dos horários dos jogos no Joia para as 15 horas para evitar a necessidade de se utilizar a iluminação artificial.
A situação surpreendeu a todos, pois conforme informações do diretor de Esportes do Município, todos os testes foram feitos recentemente, inclusive o da iluminação e estava tudo em ordem, sem problemas. Entretanto desde o ano passado, o estádio tem apresentado restrições em seus laudos emitidos por órgãos responsáveis por vistorias técnicas que determinam a utilização da praça esportiva em competições. No ano passado quando vistoriado, o Joia tinha laudos do ano anterior que permitiam a sua utilização, mas sem público por conta da pandemia da covid-19. Com o retorno do torcedor ao estádio, uma nova vistoria foi feita e na ocasião foi apontado que a praça precisava de um novo projeto de pânico e incêndio, situação que esbarrou na falta de dotação orçamentária para que fosse deflagrado o processo de licitação para a contratação de uma empresa para elaboração e posterior execução do projeto. Através de empresa particular, foi feito o projeto e o consequente ajuste de conduta, que limitou a capacidade do Joia para 30%, ou seja, 6400 lugares utilizada em toda a 2ª divisão estadual, única competição oficial que aconteceu no equipamento esportivo.
Para este ano, a restrição ficou por conta do laudo de engenharia que teve que passar por adequações para a praça ganhar condições de jogo. O diretor de esportes do Município, Emerson Britto, afirmou que a atualização dos documentos são exigências que precisam ser cumpridas à risca, ainda mais por conta do Joia da Princesa ser uma praça antiga. “Há muitos anos, o Joia não passa por uma reforma mais aprofundada em sua estrutura. O gramado foi completamente trocado em 2016 e desde então se trabalha na questão de manutenção, mas em relação a outras estruturas como arquibancadas, vestiários, bares, são obsoletas. O que a prefeitura faz são ajustes, mas chega um momento que os órgãos públicos não aprovam a situação atual e daí são feitos estes ajustes”, explicou.
SOLUÇÃO
A saída encontrada pelo Município para solucionar o problema é a Parceria Público Privada (PPP), prática que tem sido adotada em muitas cidades espalhadas pelo Brasil, onde é feita uma licitação e a empresa vencedora vai gerir o equipamento esportivo, como acontece por exemplo em Salvador com a Arena Fonte Nova, que pertence ao Estado, mas é administrada por um consórcio. “Nossa ideia é justamente começar a pensar em melhores formas de utilização para o Joia da Princesa e por que não, transforma-lo em uma arena multiuso? A sua localização central é muito interessante e pode atrair empresas dispostas a investir e transformá-lo em um grande espaço de eventos de esportes ou qualquer outra natureza”, declarou o prefeito Colbert Martins Filho.
De acordo com o prefeito as despesas compreendem na manutenção do gramado, toda a parte elétrica e hidráulica, além dos custos com salários da equipe que cuida de forma exclusiva do equipamento. “São custos que acabam onerando os cofres do Município porque mesmo quando tendo mais jogos oficiais, o que é arrecadado não cobre as despesas. Por isso quando tem algum show ou outro evento, alugamos para tentar reduzir os custos”, explicou.
Colbert Martins planeja que os benefícios se estendam para além da praça esportiva. “No entorno nós temos um espaço amplo que pode passar por uma profunda revitalização com a construção de praças, a construção de espaços que podem ser explorados comercialmente, uma série de situações que vão beneficiar a população que reside próximo gerando novas oportunidades de empreendimentos, reduzindo os índices de violência dentre outras coisas”, afirmou. “Está na hora de fazermos alguma coisa realmente grande que possa beneficiar a população em todos os sentidos”, complementou.
Por Cristiano Alves
Foto – Secom/PMFS