O Campeonato Baiano tem início previsto para o dia 22 e a maior parte das equipes já retornou às atividades. No entanto existem dirigentes descontentes com esta situação, como é o caso do vice-presidente do Jacobina, Rafael Damasceno (foto) que ingressou com uma ação judicial para impedir o reinicio da competição paralisada no mês de março por conta da pandemia do Covid-19
Rafael Damasceno, em entrevista ao CONEXÃO ESPORTIVA alegou a falta total de condições de se realizar treinamentos e jogos na cidade de Jacobina, que desde o último sábado (11) passou a adotar o “Toque de Recolher” em virtude da pandemia. “Não somos contra o Baiano, não. Queremos o retorno, porém em outras condições do que às apresentadas neste momento. “O momento não é o ideal porque os índices da Covid-19 estão altos no Estado. Os dirigentes da FBF mantiveram contato a prefeitura para liberar os treinos aqui em Jacobina, mas a resposta foi negativa, sem falar que estamos tendo ‘Toque de Recolher’. Como vamos contratar? Como vamos treinar? Onde vamos ficar? Nem o recurso da televisão recebemos ainda. É uma coisa complicada, difícil de retornar. É um momento em que a Bahia tem recorde de mortos em 24 horas por covid-19, passamos dos 80% de leitos de UTI ocupados e vem falar em retorno do futebol baiano em 10 dias? Isso é inadmissível”, disse Rafael Damasceno.
O dirigente foi taxativo ao afirmar não temer qualquer tipo de retaliação ou represália por conta da postura adotada. “Buscamos a Justiça por entender ser absurda esta proposta de retorno. Por exemplo a Justiça barrou a sequência do Campeonato Catarinense no último final de semana porque 14 atletas da Chapecoense apresentaram quadro positivo da Covid-19. Será que as vidas são menos importantes do que o futebol? Não entendemos assim e por conta disso estamos adotando esta atitude. Não tememos retaliação nenhuma porque as vidas são mais importantes do que qualquer outra situação neste momento”, declarou.
Com apenas um ponto, o Jacobina é o lanterna do Campeonato Baiano. O clube tem mais dois jogos para tentar se salvar do rebaixamento: confronto direto com o vice-lanterna Doce Mel em casa e duelo contra o Vitória da Conquista fora. “É uma situação difícil, mas nesse momento isso não importa. E ainda tem gente achando que isso é manobra porque estamos correndo risco de rebaixamento. Se isso acontecer não é demérito nenhum porque clubes maiores como o Fluminense caíram e voltaram. O que não volta são as vidas”, afirmou Rafael Damasceno. “Se tiver alguma punição, paciência. Eu sou grupo de risco, minha esposa está grávida de seis meses, tenho filho pequeno e mãe idosa que mora comigo. A prioridade é a vida da minha família, é a vida das pessoas. Se tiver alguma punição, paciência. Em nenhum momento eu vi Justiça trazer vida de alguém de volta. Não vou colocar a vida da minha família em risco, vida das famílias dos atletas em risco para atender uma necessidade financeira do momento e de alguns órgãos”, complementou.
Por Cristiano Alves