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Dirigente diz que mudança de gestão é a solução para clubes para saírem da crise após a pandemia

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A mudança de mentalidade e gestão é a saída para muitas agremiações que estão com as atividades paralisadas por conta da pandemia do Covid-19. É o primeiro passo, na opinião do gestor esportivo Claiton Fernandez (foto) , que os clubes que não têm perspectivas de receita por conta do curto calendário e prejudicado pela parada sem previsão de retorno.

Claiton Fernandez tem atuação profissional há 40 anos no Brasil, Europa e América Central nos mercados corporativo, esportivo, gestão pública e educacional, exercendo os cargos de Presidente do Conselho de Administração, CEO, Diretor Executivo, Auditor, Perito, Avaliador Patrimonial, Professor Universitário, Gestor Esportivo, Secretário Municipal da Fazenda e da Administração. Fundador do Instituto Claiton Fernandez – ICFZ. Associado ao Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC, é especialista em gestão de empresas familiares.
Associado à Associação Brasielira de Executivos de Futebol – ABEX, acumula sólida experiência como gestor esportivo. Professor de pós-graduação da Fundação Getúlio Vargas, autor de livros e de artigos publicados em periódicos. Palestrante de temas comportamentais.

Mestre em Administração pela Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP) com extensão na Universidad Madero Puebla (UMAD), México; MBA Executivo Internacional em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) com extensão na University of California Irvine (UCI), USA; Graduado em Ciências Contábeis pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e uma extensa formação complementar nas áreas de auditoria, coaching, controladoria, governança corporativa, liderança, neurobusiness, perícia.

Para Claiton Fernandez, a pandemia deverá ser um “divisor de águas”, com relação a existência e sobrevivência de muitos clubes no futebol nacional. “Muitos clubes se construíram em cima de glorias e conquistas no passado, mas isso para os dias de hoje não é o suficiente para a manutenção de uma equipe. Na verdade o que mantém uma agremiação viva é um conjunto de fatores, mas o principal é a mudança de mentalidade, ou seja, os clubes precisam ser administrados como empresas e não no modelo de instituição sem fins lucrativos”, dispara.

O gestor chega a classificar o modelo como arcaico para o momento vivido pelo futebol. “A legislação ‘caduca’ permite que este tipo modelo ainda exista e nesse contexto, os clubes são regidos por estatutos ultrapassados, os dirigentes são pessoas que administram as agremiações como podem. Nesse contexto surgem os salvadores da pátria, os benfeitores que ficam nas equipes, muitas vezes por interesses próprios. Muitos acabam na bancarrota e outros permanecem nas equipes enquanto lhe convém”, explica. “Muitas vezes a gente ouve dizer que ‘fulano não larga o osso’. Mas por que não larga? Porque o futebol é uma fonte de mídia praticamente gratuita, ou seja, o cara não paga nada e está com seu nome sempre em evidência e na verdade muitos usam o esporte como ‘trampolim’ para satisfazer suas ambições pessoais, sejam politicas ou não”, complementa.

Quando uma equipe passa a ter visão empresarial, a coisa muda de figura, segundo Claiton Fernandez. “Porque nesse sistema, os dirigentes são remunerados, têm que obedecer a orçamentos planejados e aprovado por conselhos gestores, além dos prazos para que as coisas comecem a funcionar. Não tem espaço para que num primeiro tropeço se mude tudo de uma hora para outra como sempre aconteceu em muitas equipes. Hoje, ainda mais com esta pandemia, muitos  clubes podem quebrar porque ao longo do tempo foram apenas ‘trampolins’ e por falta de estrutura consolidada estão fadados a sucessivos insucessos que podem leva-los a extinção “, afirma.  

REFLEXÃO E PACIÊNCIA

Claiton Fernandez cita dois exemplos de clubes que hoje estão colhendo o que plantaram há algum tempo atrás: o Barcelona na Espanha e o Flamengo no Brasil. “No Barcelona, a mudança de gestão foi fundamental para que o clube começasse uma escalada gloriosa e o responsável por esta mudança foi Ferran Soriano, diretor executivo que atualmente esta no Manchester City. Houve a profissionalização total no clube espanhol e ele foi o CEO Chief Executive Officer (Diretor Executivo, em português), responsável pela execução de decisões tomada pelo presidente e vice-presidentes do clube. Há uma confluência de todos os departamentos do clube para que aconteça o resultado esperado”, explicou.

No Flamengo, o sucesso de agora é o reflexo de uma iniciativa deflagrada há sete anos atrás, ainda na gestão do então presidente Eduardo Bandeira de Melo. “As pessoas estão vendo o time que ganhou praticamente tudo em 2019, mas não sabem que por trás disso existe um projeto iniciado lá atrás por Bandeira de Melo e que o Rodolfo Landim está sequenciando, ou seja o clube tem vida própria, não depende de dirigentes, os dirigentes passam e o clube fica. Não tem espaço para ‘eternos’ e de fato o clube anda sozinho”, afirma.

Mas para alcançar o sucesso, antes de mais nada, segundo o dirigente, a agremiação precisa se estruturar. “Além da parte física precisa estar com suas obrigações fiscais em dias, com suas dívidas negociadas porque assim começam a se abrir as perspectivas de receitas fora as arrecadações nos estádios. Se o clube trilhar este caminho a tendência é o sucesso”, garante.  

Claiton Fernandez diz que a parada serve para a reflexão dos dirigentes. “Muitos clubes que não tem calendário estão em dificuldades e os seus dirigentes precisam antes de tudo refletir sobre o que querem para o futuro do clube e se optarem por projetos a longo prazo, precisam assumir os riscos, as cobranças e levar adiante, independente do tempo que leve para ser concretizado”, afirma.

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