A incerteza que o mundo vive pela pandemia do novo coronavírus ainda cria uma dificuldade em se desenhar como será o restante do ano no calendário do futebol brasileiro. Enquanto não aparece uma solução para a crise, os clubes começam a pensar em medidas que visam minimizar o problema.
Uma delas é colocar os elencos em férias nos próximos dias, por pelo menos 30 dias, evitando que mais prejuízos possam acarretar para as equipes. A revelação dos possíveis acordos entre as equipes de dar férias aos elencos foi feita pelo presidente do Galo, Sérgio Sette Câmara, em entrevista à TV Galo.
-Já deve ser aplicado de imediato a previsão da medida provisória, vamos chamar esse termo, mas não existe, de antecipação das férias coletivas. Todos os clubes devem colocar todos os seus atletas e comissão técnica, tudo ligado ao futebol, em férias coletivas e ao cabo de 30 dias, nós vamos ter esses 30 dias para estar negociando e realizando também um cenário que é incerto. Porque se essa crise demorar dois meses, em junho a gente já está retomando o futebol, mas se ela tiver uma passagem mais demorada, de quatro meses, nós já estamos falando em agosto e é um outro cenário- disse o presidente.
Sette Câmara também que é o momento de ter calma nas decisões, para que os clubes também sejam preservados.
-Então, nós vamos ter que ir trabalhando com muita calma, muito bom senso, ninguém aqui quer levar vantagem nessa situação, ninguém quer prejudicar ninguém, mas nós também precisamos zelar pelo clube-explicou.
Sette Câmara contou que há conversas com membros da CBF para ampliar o calendário do futebol brasileiro até o fim de dezembro, cumprindo a agenda de campeonatos de 2020. Com essa medida, poderemos ter jogos em épocas próximas ao natal e ano novo. Após esse período, os atletas teriam outro período de 10 dias de férias para os jogadores.
-Eu queria dizer que todas essas reuniões nós estamos envolvendo as pessoas da CBF, essas pessoas estão nos auxiliando também nas nossas conversas para que a gente possa ter um discurso só e a ideia é de esticar o calendário até o máximo possível, até o dia 30 de dezembro e dar dez dias de efetivas férias-disse, explicando em seguida que os dias extras em janeiro seriam para dar uma folga aos atletas de viajarem, o que não poderá ser feito neste momento com a crise do coronavírus.
-Essas férias agora você pode falar que não são férias, por estar em um período de quarentena e eu concordo. Nós estamos vivendo uma situação excepcional, então nós temos que nos adaptar a esse quadro. Então, daríamos dez dias de férias aos jogadores ali do dia 30 de dezembro ao 10 ou 11 de janeiro e, aí sim seriam férias da família, para o jogador poder realmente sair. Nós temos que entender que não existem exceções e todas as pessoas, independentemente do trabalho que elas tenham, vão ter que aceitar aqui e ali certas mudanças. Muitas vezes mudanças duras, mas que são típicas de uma fase igual a essa que nós estamos passando- concluiu.
Fonte: Terra | Foto: Rafael Araújo