A dívida de R$ 5,7 milhões junto a Fifa pela compra do atacante André está longe de ser o principal problema financeiro do Sport. Além de estar sem receber dos patrocinadores, com três meses de salários atrasados e queda no número de sócios, o clube tem uma dívida a curto prazo de R$ 145.069.261 milhões. São valores que precisam ser pagos dentro do prazo de 12 meses. É a nona maior dívida dentre os clubes da Série A em 2020. O problema cresce ainda mais porque o clube prevê, em seu orçamento, uma receita líquida de R$ 61 milhões. Como cobrir essas contas?
Do montante projetado pelo Rubro-negro, aprovado pelo Conselho Deliberativo ao fim do ano passado, R$ 5,8 milhões viriam com receita de bilheteira. O que, diante do cenário de pandemia provocada pela Covid-19, é impossível. Uma vez que os jogos, quando voltarem, dificilmente terão a presença do público. Além disso, com as sete partidas como mandante que o Leão disputou antes da paralisação, a arrecadação do clube com ingressos somou cerca de R$ 300 mil.
Diante de um cenário que beira o colapso financeiro, o Sport tenta negociar parte da dívida a curto prazo, com o objetivo de postergar parte dos pagamentos. Além disso, busca um empréstimo bancário, que o permita quitar as dívidas com a Fifa, oriunda da contratação do atacante André junto ao Sporting-POR, e com o grupo de jogadores, a quem o clube deve salários em 2020.
Quando se observa o recorte de clubes do Nordeste, o Rubro-negro tem mais de R$ 100 milhões em débito a frente das outras três equipes da região que disputam a elite do Brasileiro este ano. O mais próximo no ranking, caso do Bahia, tem R$ 43 milhões a serem quitados em 2020. Mas com uma diferença determinante, o clube prevê uma receita bruta de R$ 179 milhões, valor ainda maior que o registrado no ano passado (R$ 143 milhões). Fortaleza e Ceará, por sua vez, com R$ 11 milhões e R$ 3 milhões respectivamente, estão distantes na lista, aparecendo entre as quatro últimas colocações.
Ranking das dívidas a curto prazo entre clubes da Série A*
- Botafogo – R$ 270.610.000
- São Paulo – R$ 262.511.000
- Fluminense – R$ 256.855.000
- Vasco – R$ 254.884.000
- Internacional – R$ 251.398.905
- Corinthians – R$ 239 milhões (Clube adiantou dados das demonstrações financeiras, mas ainda não publicou balanço)
- Palmeiras – R$ 168.614.000
- Santos – R$ 165.717.000
- Sport – R$ 145.069.261
- Flamengo – R$ 114.660.000
- Athletico – R$ 84.971.000
- Grêmio – R$ 50.205.000
- Bahia – R$ 43.043.000
- Fortaleza – R$ 11.775.532,3
- Goiás – R$ 5.778.728,21
- Atlético-GO – R$ 5.164.368
- Ceará – R$ 3.627.626,71
*Balanço do Bragantino não teve parecer de auditoria externa
Atlético-MG e Coritiba não divulgaram balanço no prazo
Informações: GE | Foto: Marlon Costa / Pernambuco Press