Sem a presença de torcedores nos estádios e com as fontes de receita limitadas, o Esporte Clube Primeiro Passo Vitória da Conquista vai começar 2021, buscando fazer malabarismo para equilibrar as contas e manter o projeto em evidência, iniciado a 13 anos, quando o Bode ascendeu à 1ª divisão. O time possui números positivos em termos de campanhas, títulos, porém, de acordo com o seu presidente Ederlane Amorim (foto) é necessário “apertar o cinto” para seguir em busca dos objetivos traçados.
O Bode chegou em 2007 à elite com uma proposta de fazer um futebol diferente, como lembra o presidente Ederlane Amorim. “Desde a nossa estreia nos tornamos número 1 em tudo: chegamos em várias semifinais do Baiano; na Copa Estado em oito edições chegamos em 7 finais, ganhamos 5; participamos de competições como Copa do Brasil, Série D do Campeonato Brasileiro; Pré-Nordeste. Por estes números mostra que sempre nos mostramos um time competitivo, mas só nós sabemos o quanto é complicado se fazer futebol contemplando todas as questões: pensar no time e dotá-lo da estrutura necessária, tanto física como financeira para as disputas”, observa.
O Vitória da Conquista chegou às semifinais do Campeonato Baiano de 2019, quando foi eliminado pelo Bahia de Feira. Mesmo assim, o time foi contemplado com uma vaga na Série D do Campeonato Brasileiro deste ano. “Tínhamos a ideia de fazer uma equipe bem competitiva, mas a paralisação do Baiano, o esvaziamento dos estádios prejudicou muito nosso projeto, de forma que não fomos bem e não garantimos a vaga na para a D de 2021. Viemos para a Série D e as dificuldades foram grandes, mesmo de forma que classificamos na primeira fase, fomos eliminados e agora estamos buscando remontar a nossa estrutura buscando adequar para esta realidade de não ter público nos estádios e limitar ainda mais as nossas receitas”, destaca Ederlane.
PLANEJAMENTO
Diante das dificuldades, Ederlane Amorim tem que fazer uma série de ajustes no tocante ao planejamento para a temporada. “A gente ainda não sabe de fato como vai ser as questões de receitas: a TV ainda tá sendo discutida e a um bom tempo não temos nenhum incentivo por parte do Governo como já aconteceu no passado. Então estamos na busca de patrocínios e em cima das possibilidades vamos montando o nosso planejamento”, explica Ederlane.
Sobre jogadores, o dirigente garante que tem uma base. “Já contamos com 15 atletas que estavam conosco e que seguirão para a próxima temporada, de maneira tal que se hoje a bola rolasse nós teríamos um time para escalar. Contratações estão sendo observadas, mas vamos ter cautela, mesmo porque ainda não sabemos ao certo as nossas fontes de receita”, afirma.
Sobre a estrutura para treinamentos, Amorim conta que ainda não conseguiu concluir a Toca do Bode. “Hoje temos nosso campo de treinamento e só. O restante da estrutura não tivemos condição de construir por escassez de recursos e aí temos que nos dividir entre o nosso campo, o Lomanto Junior e o Edvaldo Flores (estádios municipais) para a realização das atividades e assim contarmos sempre com campos em condições de utilização”, discorre o cartola.
A única situação que ainda não está definida é a do treinador. A agremiação sempre gostou de dar oportunidade a novos nomes, como foi o caso do boliviano Joaquín Monastério. “É do nosso perfil realmente essa condição e fizemos isso com o Joaquín Monastério, que não pôde ficar por não conseguir o visto de trabalho. Agora vamos buscar um nome da casa, que pode ser o Elias Borges ou Guilhermino Lima. Estamos conversando para definir a situação e a nossa reapresentação deverá acontecer no dia 11 ou 18 de janeiro”, informou Ederlane Amorim.
Por Cristiano Alves