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Dirigentes defendem calendário mais racional para o Brasil

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Uma das bandeiras defendidas pela Associação Brasileira dos Executivos de Futebol é um calendário mais equilibrado de competições, pois na forma como é concebido maioria esmagadora das agremiações do Brasil atravessa extremas dificuldades e muitas até fecham as portas por falta de atividades. Os dirigentes da associação defendem calendário cheio para todos para uma oxigenação do futebol nacional.

De acordo com levantamentos recentes, o Brasil possui mais de 700 clubes profissionais, no entanto apenas 128 participam do Campeonato Brasileiro das Séries A. B, C e D e os demais se limitam a disputar competições estaduais cada vez mais esmagadas por competições regionais e nacionais. “Cada país tem uma particularidade e o Brasil é um caso á parte por conta das suas dimensões e da paixão nacional que é o futebol. Ou seja, do Oiapoque ao Chuí teremos futebol sendo praticado em qualquer esfera, seja ela amadora ou profissional e isso não pode ser ignorado, aliás como vem sendo”, afirmou o executivo Paulo Pelaipe em recente entrevista ao programa Esperando a Bola na Rede.

O ex-presidente da Abex, Cícero Souza, defende um calendário com estaduais mais alongados e as quatro séries do Brasileiro com o mesmo formato. “Acredito que se cada série tivesse 20 times com 38 jogos, poderia haver mais equilíbrio com um primeiro semestre dedicado às competições estaduais e regionais. Desta forma se teria mais atividade para os clubes menores que hoje contam somente com os estaduais, ou seja, têm atividades por 45 dias e depois ficam o resto do ano parados. Nesse cenário é quase impossível administrar um clube sem calendário”, afirma.

Um dos aspectos enfocados pelos executivos diz respeito à formação de novos valores para o futebol nacional. “O jogador precisa de cancha e como dar cancha a um atleta, se ele tem 9 jogos e pouco mais de 45 dias para disputar uma competição? Como os técnicos vão montar as suas equipes e dar a elas a tão esperada ‘liga’? Sinceramente não se tem condição de formar valores novos desta forma. Alguns clubes grandes com pouco mais de recurso montam times sub-23 e podem disputar competições paralelas. E os que não têm? Como buscarão reforçar seus times com atletas jovens e de qualidade? Com os times chamados menores em atividade os novos valores têm mais condição de aparecer e assim a economia do futebol começa a se movimentar”, argumentou Pelaipe.  

SÉRIE E

O novo presidente da Abex, Marcus Vinícius Beck inclusive defende a criação de uma 5ª divisão nacional como forma de movimentar ainda mais o futebol. “Acho que diante da quantidade de clubes que tem no Brasil caberia sim uma Série E, porém sendo feita de uma forma mais estruturada com os clubes tendo apoio e recursos, proporcionalmente falando. Se teria desta forma um calendário de nove meses para um maior número de clubes e o futebol teria maior movimentação”, afirma.

Paulo Pelaipe também defendeu a criação de mais uma divisão nacional. “Hoje um dos grandes problemas do futebol nacional é a renovação de atletas. Os clubes que podem fazer grandes contratações vão atrás de atletas até que jogam no exterior, mas os demais ficam com seu raio de ação limitado. Com os clubes menores tendo mais jogos, mais competições novos valores podem surgir e aí podem reforçar os maiores por um custo mais baixo. Uma 5ª divisão estruturada oferece calendário a esses clubes que têm pouca visibilidade”, observa.

A economia de diversas cidades do Brasil seria movimentada durante todo o ano, de acordo com os executivos da Abex. “Já pensou? Quantos mil empregos geraria? Seriam diretos e indiretos e até mesmo para a imprensa esportiva, para o comercio e as empresas de cada localidade. Futebol tem que ser visto como uma grande ‘cadeia alimentar’, ou seja um clube menor precisa de um maior e vice-versa. Não dá para dissociar, mas é preciso que haja vontade de mudar. As ideias existem, mas precisam ser postas em pratica”, afirma Pelaipe.

Um dos objetivos do novo presidente da Abex é levar esta discussão adiante e que alguma coisa possa ser sinalizada já para 2023. “Vamos buscar fazer gestões junto à CBF e os clubes para que possam acontecer mudanças porque da forma que está poucos sobrevivem à realidade de hoje. Precisamos ter um calendário mais racional para a sobrevivência do nosso futebol”, afirmou Marcus Vinícius Beck.

Por Cristiano Alves com informações de Miro Nascimento

Fotos – Divulgação

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