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“Copa do Mundo é uma experiência enriquecedora”, garante Dilson Barbosa

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As coberturas de Copa do Mundo foram sofrendo transformações ao longo do tempo e depois da primeira transmissão de 1982, a Rádio Sociedade News adquiriu o know-how para outras coberturas e desde então no currículo constam 10 Copas e os entendimentos para a 11ª, que acontecerá no próximo ano no Catar já foram iniciados.

De acordo com o jornalista Dilson Barbosa, a partir da primeira cobertura, as demais aconteceram de uma forma natural, embora seja enorme o trabalho cujo início se dá de forma muito antecipada. “Antigamente, os direitos de transmissão que eram adquiridos pela emissora tinham um preço relativamente barato, mas em compensação as transmissões eram muito caras. Em 82, os jogos eram feitos de forma presencial e aí se gastava com linha, transporte, alimentação, hospedagem, sem falar na parafernália de equipamentos levamos. Sem brincadeira eram bem uns 200 quilos”, lembra. “Além disso a cobertura via-satélite tinha um custo grande, mas com o surgimento do off tube as coisas começaram a mudar”, complementa.  

Na Copa seguinte no México houve um avanço no sentido das transmissões em estúdio, mas o conhecido “tubão” pegou mesmo, segundo Dilson Barbosa, a partir de 1990 na Itália. “A questão começou a mudar por conta da necessidade que tínhamos de economizar e em virtude disso a maior parte dos jogos passou a ser feita em estúdios que a emissora tinha nos centros de imprensa. Nos estádios só eram transmitidas as partidas do Brasil ou jogos de grande relevância em fases decisivas porque se buscava o equilíbrio para se resolver a grande equação de custos. Essa prática se tornou normal nas Copas seguintes”, recorda.

Com o passar dos anos as regras para a compra dos direitos de transmissão foram mudando e os custos cada vez mais elevados e já na Copa do Mundo realizada no Brasil em 2014 uma nova realidade começava a vir a tona. “Teoricamente para as emissoras brasileiras poderia ser uma Copa barata, mas das últimas foi a mais cara: cobraram cerca de US$ 250 mil que hoje dá mais de R$ 1,3 milhão. O que fizemos? Todas as transmissões foram praticamente no tubo com os profissionais em um estúdio preparado transmitindo com colegas que estavam em outra cidade participando ao mesmo tempo dando a ideia que todos estavam em um lugar só dada a qualidade de som”, disse Barbosa. “Agora imagine: além dessa alta despesa pelos direitos, deslocar uma equipe para o Amazonas, outra para o Rio Grande do Sul, outra para Brasília com o sistema de transporte que temos? Por tudo isso foi melhor fazer o tubo mesmo, sem enganar o ouvinte que quer emoção, uma transmissão de qualidade independente de estar no estádio ou no estúdio”, completa.

UM NOVO SISTEMA NA RÚSSIA

A última Copa do Mundo realizada na Rússia em 2018 trouxe uma nova realidade: os direitos ficaram mais baratos – cerca de US$ 150 mil (R$ 785 mil) – mas as grandes cadeias de emissoras não podiam ser mais feitas. “Pelas regras da Rede Globo, só poderiam transmitir exclusivamente as emissoras que compraram os direitos, as chamadas cabeças de rede elas só poderiam distribuir o som para emissoras afiliadas. Por exemplo, as emissoras afiliadas ao Sistema Globo, a Jovem Pan poderiam transmitir e quem não é, nem poderia entrar em cadeia. O que fizemos? Fomos para a Rússia e fizemos de lá programas especiais, boletins informativos, entrevistas sem a transmissão de jogos. O custo de transmissão barateou porque você com um celular, com o skype, com Internet de bola qualidade fazia sem precisar de linha, de satélites, posso dizer que o custo foi zero”, informou Dilson Barbosa.

Para 2022, no Catar, os entendimentos na emissora já começaram, porém ainda as informações oficiais são incipientes. “Mesmo porque a Rede Globo só teve seus direitos de transmissão confirmados a menos de 15 dias. Já recebemos um comunicado e estamos aguardando as instruções para avançar no nosso planejamento. Independente do que acontecer temos que biscar manter a tradição da Rádio Sociedade, presente em todas as Copas”, afirmou Barbosa.

GLAMOUR E TRABALHO

Com 40 anos de experiência em coberturas internacionais, principalmente Copas do Mundo, Dilson Barbosa afirma que o trabalho que se tem para fazer o evento é muito maior do que o glamour existente. “Para muita gente é uma vaidade, para outros é um sonho estar em uma Copa. Mas a verdade é que o profissional tem que mostrar muito mais do que a capacidade de falar de esportes. Ele precisa ser estudioso: estar por dentro da história, da geografia do pais que está indo, estar por dentro da cultura dos costumes. Para ir tem 200 querendo ir, mas destes, nem todos se saem bem. O gratificante é você superar desafios como estar em um pais de cultura diferente, hábitos, fuso-horário, comida, saudade da família. Isso gera dificuldades e o profissional tem que superar e fazer o seu trabalho. Se dorme pouco, se come rápido, se desloca muito e o tempo é escasso para se passear. Apesar disso tudo a Copa é uma experiência enriquecedora”, argumenta Dilson Barbosa.

Por Cristiano Alves com informações de Miro Nascimento

Foto – Divulgação

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